Os investimentos necessários para vencer o sedentarismo
Segundo o IBGE, em 2020 cerca de 40,3% da população adulta brasileira era considerada sedentária. Com o isolamento e as restrições de contenção da pandemia do novo coronavírus, estima-se que essa porcentagem tenha aumentado significativamente. E pior, tenha atingido também as crianças e adolescentes.
Mas essa não é uma realidade apenas brasileira, o mundo inteiro colhe as consequências do sedentarismo. Por isso, a OMS estabeleceu em 2018 uma meta para ser alcançada até 2030: a redução de 15% dos índices de sedentarismo no mundo.
Para alcançar esse objetivo, uma série de diretrizes foi estudada e publicada por universidades e sociedades ao redor do globo. Foram definidas, portanto, oito estratégias que envolvem o investimento e a atenção de governos, iniciativa privada e sociedade civil.
Quer saber o que é ser sedentário e como podemos reduzir o sedentarismo? Continue lendo!
O que é ser sedentário?
Uma pessoa pode ser considerada sedentária quando ela não pratica nenhum tipo de atividade física regularmente, além de passar grande parte do dia sentada ou deitada. O primeiro sintoma do sedentarismo é sentir que não tem disposição para fazer atividades do dia a dia. O cansaço excessivo, a falta de força muscular, dores nas articulações e apneia do sono, também são sintomas e consequências desse mau hábito.
Com a falta de exercícios e uma vida pouco ativa, o indivíduo sedentário passa a ingerir demasiadas comidas, principalmente aquelas que são ricas em gorduras e açúcares. Além do acúmulo de gordura, o indivíduo pode ter um aumento preocupante nos níveis de colesterol e triglicerídeos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, AVC, diabetes tipo 2 e pressão alta.
Apesar de parecer assustador, o sedentarismo não é assim tão complicado. Uma rotina básica de exercícios é suficiente para uma vida saudável, o importante é não ficar parado.
Para que tudo seja feito com segurança, o recomendado é que antes de começar a se exercitar, você marque uma consulta médica para fazer um check-up geral. Assim é possível determinar a frequência e a intensidade dos exercícios conforme sua condição física.
Como reduzir o sedentarismo, segundo a OMS
Nós sabemos que precisamos movimentar o corpo diariamente, mas a OMS vai além. A organização sabe que, para muitas pessoas, existem empecilhos externos que dificultam a prática de exercícios físicos.
Por isso, os especialistas partem do pressuposto de que não podemos jogar toda a responsabilidade das atividades físicas individualmente para o cidadão. O sedentarismo já é considerado um problema de saúde pública, então os governantes, a iniciativa privada e a sociedade civil devem agir em conjunto. Veja a seguir, oito medidas:
1. Programa de saúde nas escolas
É preciso valorizar o momento da educação física. E mais, precisamos cuidar da alimentação das crianças e adolescentes, seja a partir de aulas especiais sobre nutrição, ou seja, pela melhoria dos lanches e almoços disponibilizados pela rede pública.
2. Investimento em ciclovias
Quantas pessoas deixariam de pegar ônibus ou andar de carro se conseguissem sentir segurança para andar de bicicleta por nossas ruas? Muitas pessoas. Segundo o IBGE os brasileiros têm mais bicicletas do que carros, e as vendas continuam crescendo.
É uma maneira fácil e prática de fazer exercícios diariamente, e ainda por cima, uma ótima medida para ajudar na diminuição da poluição urbana.
3. Programas públicos focados em exercícios físicos
O nosso sistema público de saúde precisa focar seus esforços também na prevenção. E como nós sabemos, investir em atividades físicas é investir em saúde.
Por isso, é importante que os profissionais da saúde estejam preparados para conversar com seus pacientes e direcioná-los para as atividades necessárias.
4. Campanhas de conscientização
Assim como existem campanhas contra o câncer, o HIV, o suicídio e, mais recentemente, a COVID-19, é preciso que os governos criem campanhas de conscientização contra o sedentarismo.
5. Mudanças nos hábitos e ambientes de trabalho
O intervalo precisa ser mais valorizado, pelos trabalhadores e também pelos contratantes. Nada de pular intervalos e se alimentar mal, passando 8 horas seguidas sentado.
A iniciativa privada pode fazer muito; começando pelo encorajamento de pequenos intervalos mais ativos, passando pela criação de eventos entre funcionários, até a criação de bicicletários, por exemplo.
6. Igualdade no incentivo ao esporte
A diferença entre os esportes masculinos e femininos não está somente nas competições oficiais e os prêmios entregues. A principal diferença, que limita as mulheres desde cedo, é a falta de incentivo. Não, esporte não é “coisa de menino”! Incentive as meninas a praticarem esportes desde a infância.
Aliás, vá além. Além das mulheres, idosos e pessoas com deficiência não encontram incentivo em clubes e turmas fechadas.
7. Investimento no planejamento de bairro
Bairros bem planejados fazem com que as pessoas se movimentem mais. Isso porque ter comércios, parques, escritórios e residências, faz com que elas circulem diariamente, a pé ou de bicicleta, pelos arredores.
8. Projetos comunitários
Aulas abertas e gratuitas de ginástica e aeróbica no parque ou na praça da esquina são convidativas. Eventos esportivos pela cidade, com instrutores preparados para receber pessoas de todas as idades e condições físicas é importantíssimo para a inclusão social.
Exercícios ao ar livre
Como você pode perceber pela lista, a maior parte destes investimentos devem ser pensados para facilitar a prática de exercícios ao ar livre.
Você pode começar por uma caminhada diária de 30 a 60 minutos, ou ir direto para um passeio de bicicleta depois do expediente, no final da tarde. Se tiver filhos, por que não levá-los para jogar bola no parque durante o final de semana? Se não tiver filhos, leve seu cachorro, convide os amigos... O ideal é se movimentar.
Por isso, o blog da Pax Bahia está recheado de conteúdo com dicas de exercícios que você pode adaptar para a sua rotina diária.
Até a próxima!
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