Conscientização sobre o transtorno do espectro autista (TEA)
O mês de abril é reservado para ações que conscientizam sobre o transtorno do espectro austista, o autismo. A Pax Bahia não poderia deixar de contribuir com esta campanha pelo fim da discriminação e pelo aumento da inclusão social das pessoas afetadas por esta condição, pois acreditamos que, como diz o programa Educando Para a Vida, “o autismo é parte deste mundo, não um mundo à parte”.
O transtorno do espectro autista se manifesta já nos primeiros anos de vida e, apesar de não ter cura, pode ser tratado com a ajuda de terapia ocupacional para o desenvolvimento do indivíduo.
Caracterizado pela dificuldade de comunicação verbal e interação social, o autismo pode ser confundido com outros transtornos, o que além de prejudicar os diagnósticos, traz desafios para as pessoas autistas e seus familiares, visto que a sociedade ainda não está preparada para lidar com essas diferenças.
Desta forma, este artigo tem a intenção de somar à uma sociedade mais acolhedora. Continue lendo e conheça as características do autismo e como funciona a terapia ocupacional para autismo.
O que é o transtorno do espectro autista?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno que afeta o desenvolvimento neurológico, afetando, principalmente, a capacidade de comunicação e interação social. Desta forma, autistas podem ter atrasos ou desvios de aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento.
No entanto, é preciso entender o que “espectro” significa. Resumidamente, o autismo possui uma gama, ou escala, de gravidade. Os sinais e comportamentos de indivíduos autistas podem variar muito. Desde quadros leves, sendo o indivíduo totalmente independente, até quadros graves, quando a dependência para atividades diárias pode ser para toda a vida.
Ainda não existem resultados conclusivos sobre a origem do transtorno do espectro autista, mas acredita-se que envolva aspectos genéticos e ambientais.
Características do autismo
A dificuldade para se comunicar e interagir socialmente, como já mencionamos anteriormente, é a principal característica do autismo e costuma estar presente até mesmo nos casos mais leves.
Outras características do autismo incluem:
- Dificuldade de manter contato visual;
- Poucas ou nenhuma expressão facial;
- Dificuldade de expressar emoções;
- Dificuldade com linguagem;
- Uso de linguagem repetitiva;
- Padrões comportamentais repetitivos, como puxar a orelha;
- Apresentar “manias” e obsessão por algo;
- Resistência ao contato humano;
- Atenção dispersa;
- Alta sensibilidade a estímulos sensoriais (cheiros, sons, luzes, toque).
Repetimos que, estes sinais podem variar em grau de intensidade. Em muitos casos, podem ser tão leves que passam despercebidos. Em outros, os sinais podem ser notados já nos primeiros meses de vida.
5 fatos sobre o autismo
A discriminação e a falta de tato da sociedade para com o indivíduo autista se dá, principalmente, pela falta de informações sobre o transtorno do espectro autista.
Por isso, separamos cinco fatos sobre o autismo que todos deveriam saber. Veja a seguir:
Autismo é um transtorno, não uma doença
O autismo não é uma doença, portanto, autistas não devem ser tratados como tal. O termo doença traz consigo a noção de enfermidade, fragilidade física e risco de morte.
No caso do transtorno do espectro autista, estamos nos referindo a pessoas que não estão, necessariamente, correndo risco de vida e precisam de uma cura. Como transtorno, a condição pode ser trabalhada para adequar o indivíduo ao convívio social.
O autismo é diverso, não tem “cara”
Existe uma noção preconceituosa de que é possível identificar um autista pela sua postura, comportamento e expressão facial. O autismo é um espectro e se manifesta de diferentes formas, com diferentes níveis de gravidade.
Muitos autistas levam uma vida completamente normal e não apresentam, de forma explícita, as características vistas como determinantes do autismo.
O transtorno do espectro autista não é raro
Outro erro comum é acreditar que o autismo é um transtorno raro. A ONU estima cerca de 70 milhões de autistas ao redor do mundo. No Brasil, o número aproxima-se de 2 milhões.
E como o diagnóstico ainda sofre com a desinformação, e existem graus de autismo, acredita-se que esses números podem ser ainda maiores.
Portanto, eles não estão em um mundo à parte. Pessoas autistas estão dentro da nossa sociedade, convivendo diariamente conosco. É fundamental que a população tenha condições de acolhê-las.
A dificuldade de aprendizado possui grau
Nem todo autista possui dificuldade de aprendizado; nem todo autista é um gênio. As duas frases estão certas!
Uma ideia muito disseminada por aí, é a de que toda criança autista possui traços de genialidade. Mas, embora alguns de fato tenham facilidade e eficiência em determinadas áreas de atuação, eles são minoria dentro do espectro (acredita-se que 10% dos indivíduos com autismo leve).
O prejuízo na capacidade de aprendizado também pode ser classificado em leve, moderado e severo. No entanto, é uma das características mais comuns do transtorno do espectro autista.
O autismo pode ser tratado pelo SUS
Os direitos dos autista são os mesmos de qualquer outro cidadão brasileiro. Eles ainda possuem, desde 2012, todos os direitos previstos em leis específicas de pessoas com deficiências.
Famílias de baixa renda que lidam com o autismo, podem ser beneficiadas por um benefício pago pelo INSS no valor de um salário mínimo.
No SUS, todo autista, da idade que for, possui o direito a tratamentos para o desenvolvimento geral e terapia ocupacional para autismo. Esse direito está estabelecido na lei 12.764/2012.
Terapia ocupacional para autismo
Com uma intervenção precoce por meio da terapia ocupacional, da fonoterapia e psicoterapia, é possível desenvolver habilidades até mesmo no indivíduo com maior grau no espectro.
A terapia ocupacional para autismo se utiliza de três grandes áreas da infância, como as atividades diárias, atividades relacionadas ao brincar e as atividades de trabalho escolar. Entende-se que é mais fácil aprender sobre o mundo quando se interage com ele.
Com estes recursos, é possível desenvolver relacionamentos com seus pares adultos, lidar com a concentração, aprender a expressar sentimentos, ter mais independência no dia a dia, encontrar meios mais fáceis para a aprendizagem, ter mais autoconfiança, e assim por diante.
Se você possui transtorno do espectro autista, se você é familiar ou cuidador, ou se apenas entende a necessidade da inclusão social para todos, compartilhe essas informações! Juntos podemos fortalecer a luta pela conscientização do autismo, contribuindo para uma sociedade mais empática e receptiva.
A Pax Bahia apoia esta ideia!
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