Julho Amarelo: conscientização sobre as hepatites virais
O mês de julho é reservado para a conscientização sobre hepatites virais e para reforçar as ações de prevenção e controle destas doenças que acometem o fígado e já somam mais de 300 mil casos desde 1999.
O Ministério da Saúde tem como meta eliminar as hepatites virais até 2030, mas as ações esbarram nas dificuldades brasileiras. A falta de acesso à rede de tratamento de esgoto e a água tratada, além da queda do uso de preservativos durantes as relações sexuais por parte dos jovens brasileiros, torna essa missão mais difícil do que deveria ser.
Existem muitos tipos de hepatites, que são classificados conforme as letras do alfabeto (ex.: hepatite A). Em muitos casos, os sintomas aparecem já com a doença avançada e por isso esse assunto merece atenção.
A Pax Bahia apoia a iniciativa do Julho Amarelo, por isso, separamos algumas informações importantes para ajudar com a conscientização. Continue lendo e saiba como é a transmissão das hepatites virais, quais são os tipos de hepatites, seus sintomas e tratamento.
Boa leitura!
Transmissão da Hepatite
A hepatite é causada, principalmente, pela contaminação de vírus, bactérias ou parasitas. Outras causas, menos abrangentes, são: consumo excessivo de álcool, ingestão de cogumelos venenosos, uso não controlado de medicamentos e doenças auto-imunes (Lúpus, Síndrome de Sjögren, fibrose cística, doença inflamatória intestinal, anemia hemolítica, artrite reumatoide, esclerodermia ou glomerulonefrite).
Quando falamos sobre a contaminação por vírus, bactérias e parasitas, a transmissão se dá pelo contágio fecal-oral (comum em locais sem saneamento básico e água potável), através de relação sexual sem preservativo, pelo contato com sangue contaminado e através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos cortantes.
Tipos de hepatites
Cada tipo de hepatite possui um tempo para o aparecimento dos sintomas, alguns tipos inclusive são silenciosos. Mas de forma geral, quando os sintomas aparecem, costumam incluir: cansaço, mal-estar, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, tontura e enjoo.
Veja a seguir, de forma resumida, mais informações sobre cada tipo de hepatite, como a forma correta de prevenção:
Hepatite A
Esse é o tipo mais comum de hepatite e está relacionada às condições de saneamento básico e higiene. Costuma ser uma infecção leve e se resolve de forma natural.
A hepatite A pode ser evitada ao tomar a vacina, que é altamente eficaz e faz parte do plano nacional de vacinação, ou seja, está disponível no SUS. Além disso, outras medidas envolvem a higienização pessoal (que também inclui o uso de preservativo), das comidas e do ambiente.
Hepatite B
A hepatite B é transmitida durante as relações sexuais ou via contato sanguíneo direto, ou pelo uso de seringas, alicates, lâminas e agulhas compartilhadas. É o segundo tipo com maior incidência e pode ser facilmente evitada ao tomar a vacina contra Hepatite B (também presente no SUS) e com o uso de preservativos.
Em casos leves a infecção desaparece sozinha, mas há casos em que é necessário o uso de medicamentos e até mesmo um transplante de fígado.
Hepatite C
Este tipo é um dos mais preocupantes, apesar de ter menos casos do que os tipos A e B, a hepatite C é considerada uma epidemia da humanidade hoje, ultrapassando cinco vezes o número de casos da AIDS/HIV.
É preocupante, principalmente, porque ainda não existe uma vacina para essa hepatite viral. Ela é transmitida pelo contato com sangue e é a principal causa de transplantes de fígado ao redor do mundo. Quando não tratada, pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
Hepatite D
A hepatite C é uma consequência da contaminação pela hepatite B. Ou seja, quando não tratada, a hepatite B pode evoluir para D. Ao tomar a vacina contra a hepatite B, você também se protege contra a D.
Hepatite E
Por fim, a hepatite E é transmitida pelas vias digestivas e costuma provocar epidemias em certas regiões sem saneamento básico.
Este tipo de hepatite pode se tornar crônica, ou seja, não ter cura. O principal foco de preocupação são as mulheres grávidas, que possuem mais chances de apresentar a doença em sua forma grave.
A prevenção se dá, mais uma vez, pela higienização pessoal, dos alimentos e do ambiente de convívio.
Tratamento da hepatite
Assim como os sintomas variam, o tratamento da hepatite também. As hepatites virais são tratadas com o uso de medicamentos antivirais.
O tempo de tratamento também varia, mas geralmente ocorre entre 6 e 11 meses. Durante esse período, o paciente não pode simplesmente abandonar o tratamento, mesmo que os medicamentos estejam provocando efeitos colaterais. É importante ter o acompanhamento médico, que irá desenvolver maneiras de diminuir esses efeitos.
A alimentação, hidratação e repouso também fazem parte do tratamento. É preciso ter cuidado com os alimentos ingeridos e seguir a dieta correta.
A prevenção contra as hepatites virais é simples, o que falta é a conscientização e o acesso da população mais carente. O Julho Amarelo nos incentiva a falar sobre o assunto, mas essa responsabilidade deve ser de todos, durante todo o ano. Faça a sua parte, tome as vacinas, use preservativo e passe essa mensagem adiante!
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