A automedicação é mais prejudicial do que você imagina

A automedicação é mais prejudicial do que você imagina

O Brasil é o país campeão da automedicação. Sejam genéricos ou de marca, com ou sem prescrição, o que não falta aqui são opções de medicamentos com uma facilidade muito grande em adquiri-los, até mesmo pela internet. Isso é muito mais atraente e simples do que marcar uma consulta para poder saber qual o medicamento e a posologia correta indicados.

É super comum ter uma caixa cheia de remédios em casa para dores e probleminhas “corriqueiros” de saúde. Mas vale lembrar que o alívio dos sintomas nem sempre quer dizer que o mal foi curado. Pode parecer um hábito simples e inofensivo, mas este post vai ajudar você a entender porque ele deve ser cortado da vida.

O que é automedicação

É a prática de tomar remédios sem avaliação médica de um profissional da saúde. A pessoa, então, tende, a medicar-se por conta própria ou por indicação de outras pessoas sem qualificação para tal.

Índices no Brasil

Como já dissemos, o Brasil é o recordista em automedicação no mundo. É praticada por 79% dos brasileiros com mais de 16 anos. O índice de quem aceita tomar algum remédio sem prescrição chega a 91% na faixa etária de 24 a 34 anos. Dessas pessoas que tomam medicamentos sem prescrição médica, 90% sabem que do perigo que correm ao fazê-lo.

Outro dado preocupante é que mais de 40% das pessoas fazem o próprio diagnóstico pela internet. Surpreendentemente, quanto maior o grau de escolaridade, maior a prática de automedicação.

Desde 1994, medicamentos são os principais causadores de intoxicação em pessoas no Brasil. Anualmente, cerca de 30 mil casos de internação são registrados. Crianças menores de cinco anos representam cerca de 35% dos casos.

Por que é importante ler a bula?

Quase metade da população brasileira não tem o hábito de ler a bula, e quando o fazem, não entendem muito bem o que ela quer dizer. Isso é um problema, principalmente em casos de administração de medicamentos sem receita. É na bula onde estão todas as informações importantes, como indicação, posologia, reações, precauções e interações medicamentosas.

Para facilitar o acesso à informação, a Anvisa disponibiliza um bulário eletrônico, de maneira organizada e de fácil compreensão.

Causas da automedicação

É uma prática que pode estar relacionada a um aspecto cultural, como achar que não há necessidade de fazer o que deve ser feito (ir ao médico). A ideia de esperar horas em uma fila ou ter que agendar uma consulta para muitos dias depois pode não ser muito agradável, ainda mais se for para algo tão “simples”, como uma dor de cabeça ou algo do tipo. Aqui estão algumas causas que levam a automedicação:

  • precariedade do sistema de saúde;
  • dificuldade para marcar consultas médicas;
  • variedade e veiculação massiva de peças publicitárias de produtos fabricados pela indústria farmacêutica;
  • venda livre de medicamentos;
  • fácil acesso à informações sobre doenças por meio da internet;
  • falta de fiscalização na venda de medicamentos prescritos.

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Alguns perigos da automedicação

Os antibióticos passaram a ter venda controlada há um tempo, a fim de combater o desenvolvimento de bactérias mais resistentes a eles, que podem fortalecer esses microorganismos, se usados incorretamente. Mas após esta barreira, os pacientes começaram a utilizar os anti-inflamatórios de maneira abusiva, para todo tipo de queixa, desde dores de cabeça, na coluna, dor de garganta, dentre muitas outras.

Por mais que não tenham venda restrita, anti-inflamatórios são remédios perigosos, que se mal administrados, podem provocar contração dos vasos sanguíneos, retenção de líquido, aumento da pressão arterial e riscos ao coração e rins, além de causarem desgaste no fígado, gastrite e lesão intestinal, podendo levar ao desenvolvimento de úlceras. Outro grande risco no ato da automedicação é o de mascarar doenças ou até piorá-las.

Além dos que já foram citados, listamos alguns riscos relacionado ao uso imprudente de medicamentos.

Interação medicamentosa

A combinação de dois ou mais medicamentos, ou ingeri-los com outras substâncias, pode anular ou potencializar o efeito do outro. Por isso, ler as informações no campo “interação medicamentosa” que fica na bula é tão importante.

Intoxicação

Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são os maiores causadores de intoxicação, que pode surgir quando há uma superdosagem na ingestão, acarretando em reações alérgicas. Em alguns casos mais graves, pode resultar em morte do paciente.

Em crianças, os riscos são ainda piores, pois a intoxicação pode comprometer o funcionamento dos órgãos, deixando sequelas.

Dependência

O alívio imediato que o medicamento proporciona pode virar um vício, fazendo com que a pessoa ache que não consiga mais viver sem ele e a ingestão recorrente faz com que a substância perca o efeito no organismo ao longo do tempo.

Hipocondria

Hipocondríacas são aquelas pessoas que têm preocupação excessiva relacionada à problemas de saúde. Apenas tomar medicamentos constantemente não configura hipocondria: o sintoma mais comum é o medo intenso de possuir alguma doença grave. É importante buscar ajuda profissional em qualquer sinal de comportamento obsessivo, seja quanto à doenças ou uso de remédios.

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