A vida social na terceira idade e protagonismo do idoso
Temos uma visão muito errônea sobre a terceira idade, com a ideia fixa de que ao envelhecer, os idosos perdem seus vínculos sociais ou então deixam essa parte da vida de lado. Envelhecer não significa parar de se desenvolver. É estar na melhor fase da vida para aproveitar o que os anos de experiência trouxeram, mantendo-se ativo e com boa qualidade de vida.
Mas é possível perceber como o mundo está envelhecendo melhor que antes. Os 60, por exemplo, são os novos 40. Existem diversos espaços dedicados à terceira idade, como centros de convivência, universidades, centros de referência etc. Eles promovem atividades em grupo para os idosos, com um retorno muito significante para a autoestima de quem participa. Para qualquer idade, interação social serve para desenvolver senso de bem-estar, melhoras no funcionamento físico e no humor.
Mas a vida social de um idoso não deve se limitar apenas à participação dele em grupos de pessoas da mesma faixa etária, principalmente quando se envelhece bem, que é manter o espírito jovem e o corpo em bom condicionamento. Imagine só estar cheio de energia para gastar e ter que ir ao bingo todo fim de semana porque é a única coisa que tem para fazer?
O isolamento na terceira idade pode causar diversos problemas no corpo e na mente
Seu avô não é um item de decoração ou algo que serve apenas para tirar foto e postar nas redes. Não vale dizer que excluir as pessoas mais velhas da família por pressupor suas limitações é para o bem deles. O etarismo é extremamente comum e afeta negativamente a saúde mental e física do idosos, que com atividade social restrita ficam limitados ao círculo social de amigos doentes ou esperar a boa vontade de algum neto ir visitá-los. Na maioria dos casos, a família é a responsável por criar essas situações.
O isolamento leva à depressão, que leva a diversos outros males, como desnutrição proveniente da má alimentação, deterioração muscular, infecções e outras consequências que aceleram o envelhecimento.
Senescência e o convívio entre as gerações
Graças à medicina, a população está envelhecendo. Com isso, é estimado que o número de pessoas acima dos 60 anos será de 900 milhões até 2015. Com essa expectativa em alta, várias gerações estão tendo a chance de conviver simultaneamente: pais e filhos, avós e netos, bisavós e bisnetos etc. Culturalmente falando, isso é extremamente enriquecedor.
A senescência é um processo natural de envelhecimento do corpo como um todo: é a fase da vida em que as células morrem e não são substituídas por novas. Isso pode ser visto na pele, que vai ficando mais enrugada e ressecada, por exemplo. Tecnicamente falando, a diminuição da multiplicação de células no organismo é chamada de senilidade.
O convívio social e o idoso como agente transformador
A troca entre as gerações é muito importante para que o idoso tenha voz e consiga mudar a visão que as pessoas têm da terceira idade. A voz deve ser dada a ele através de educação, respeito e condições para que ele se abra para o mundo. Os mais velhos têm muito a ensinar, e agora, com seu novo espaço na sociedade, a aprender.
Essa educação é importante para que os idosos entendam que precisam de atividades recreativas para transformar sua relação com os amigos, família, sociedade e consigo mesmo, a partir do momento em que irão deixar de se ver como um peso morto, que é o que acontece em muitas famílias. A partir daí, o idoso será um novo agente social em seus grupos de convivência, sendo capaz de lutar pelos seus direitos, já que a motivação vem da troca de ideias e informações.
A tecnologia a favor da terceira idade
Existem diversos grupos voltados ao convívio dos idosos, que buscam o seu bem-estar através da dança, teatro, viagens e aprendizado de coisas às quais eles julgavam não ter acesso há algum tempo, como cursos profissionalizantes, por exemplo. Uma excelente maneira encontrada para auxiliar essa socialização foi o uso da tecnologia.
No Brasil, o grupo que mais cresce nas redes sociais é o de pessoas a partir de 60 anos de idade. A internet não se trata apenas de contato entre pessoas e máquinas, e sim como uma forma de nos aproximar e incluir. Enquanto para os jovens ela é uma porta de saída, para os mais velhos é uma maneira de trazer para perto os amigos e família e consequentemente, se manter informados, algo que para eles só acontecia através da TV ou outros meios.
Aceite e abrace o envelhecimento
Quem se prepara e se adapta às mudanças inerentes ao envelhecimento assegura mais qualidade de vida quando ele chega. Nem sempre o idoso consegue fazer isso sozinho, perceber que chegou à terceira idade sem vê-la como um estágio terminal. Por isso é tão importante a ajuda da família. Muitas passam a ser negligentes com os idosos, excluindo-os de decisões e da vida em grupo.
Incentivá-lo a ver que está envelhecendo e procurar fazer com que ele se encontre nessa nova jornada não é obrigá-lo a ser outra pessoa. É garantir a ele uma vida feliz e saudável, acompanhando-o, incluindo-o e aceitando-o como um ser humano que ainda pode viver seus melhores anos ao lado de quem o ama.
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